quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Meu cônjuge, meu cúmplice

Quando se fala em cúmplice, logo pensamos em assalto ou golpe de dois bandidos, em que um é chamado de cúmplice do outro. Mas cúmplice pode ter o sentido geral de parceiro, sócio, companheiro numa empreitada. E é mais ou menos nesse sentido que vamos considerar aqui, só que não falaremos de uma parceria comercial ou profissional ou acadêmica. Mas uma parceria muito especial, dentro de um relacionamento conjugal. Nesta materia vou considerar algumas características da cumplicidade no casamento, todas começando com a frase:

VOCÊ É CÚMPLICE DO SEU CÔNJUGE QUANDO...

* Tem alvos em comum com ele que não importa mais a ninguém. Alvos sobre os filhos, o futuro do casal, a aposentadoria, a velhice, troca de moradia, mudança de cidade, etc.

A cumplicidade encontra-se exatamente no clima para falar desses alvos livremente, sem medo, sem cortes, sem proibições.

* Tem expressões bem peculiares que só vocês usam e que derretem o outro. Algumas são até meio infantis, outras engraçadas: Nenê, Doce de coco, Neguinha, Filhinho, Fifi, Tetê, Janjão, enfim.

A existência desse clima, muito mais que engraçado, é sério e importante no casamento. Se você não tem um apelido para o seu cônjuge, que tal inventar? Talvez ele vá amar!

* Conhece maneiras de seduzi-lo sexualmente.

Não estou dizendo que você é cúmplice se tem relações sexuais com o seu cônjuge. É claro que todo casal tem isso, é “deve” TER, pois “... No casamento, a

*intimidade corporal dos esposos se torna um sinal e um penhor de comunhão espiritual...” (CIC 2360) Relação Sexual entre Marido e Mulher, dentro do Sacramento do Matrimônio.

Mas o prazer das relações, o nível de satisfação é bem diferente quando há cumplicidade. Quando isso ocorre, qualquer um pode falar abertamente das suas preferências e dos seus desagrados nessa área, e isso é muito importante, elogios, reclamações, devem, tão somente serem feitas um ao outro, e não deve ser motivo de conversa com terceiros. Muito cuidado com isso. Se precisarem de orientações nessa área procurem juntos ajuda especializada ou também pessoas que fazem partes de Ministério no qual se trata desses assuntos. Pode até brincar com o outro em certas situações sexuais. Na questão dos apelidos, existe cumplicidade quando há naturalidade e boa dose de diversão quando um chama o outro de maneira sensual, com insinuações sobre desempenho, preferências, e por aí vai.

Evidentemente esse tipo de apelido fica só entre os dois!

* Conhece os gostos pessoais dele em detalhes e usa isso para agradá-lo.

Conhecer os gostos pessoais, qualquer marido ou mulher conhece do outro. Mas a cumplicidade está em lançar mão desse conhecimento para tornar a vida a dois mais agradável. É o café forte, a luz fraca na cabeceira porque o outro é sensível para a luz, o bife mal passado, a blusa de cor não muito forte, etc. São detalhes pequenos, mas que, uma vez observados e levados a sério, dão um grande sabor ao casamento e aumenta a cumplicidade. Aliás, quando um cônjuge é cúmplice do outro, pode predizer quase como um profeta: Nem faça assim, o “Fulano” não vai tolerar. Ou Ah, ela vai amar esse presente!

* Sabe como ninguém as fraquezas, os medos, os pontos fracos - e respeita.

Qualquer cônjuge viu o outro em momentos de baixa, chorando - ou mesmo soluçando como criança - por motivos e em situações que ninguém imagina. Mas o cônjuge-cúmplice sabe manejar isso de maneira elegante. Pouca coisa existe de mais mau gosto do que um marido falando de defeitos pessoais da mulher ou a esposa falando das fragilidades do marido. Também não é decente ficar jogando na cara essas fragilidades, em momentos de raiva. O cônjuge-cúmplice guarda essas coisas no coração com muito respeito e amor, e sempre que pode procura ajudar o outro nessas fraquezas e em momento muito apropriado traz o assunto a tona e com muito discernimento falam sobre ele, lembrando que discernimento tem haver com Espírito Santo, então não esqueça de clamar a presença Dele.

* Quando, ao conversar com ele, em vez de se referir a um filho do casal dizendo “meu filho”, prefira dizer

com todo prazer “nosso filho”.

Isso pode parecer apenas uma mera maneira de falar, mas é muito mais que isso:

* É uma forma de reconhecer que aquele filho nem existiria se não fosse o outro.

* É uma maneira de lembrar que ambos têm responsabilidades e interesses sobre o filho.

* É um modo de lembrar que precisa conversar com o filho, caso ele não esteja tratando bem o outro

(pai ou mãe).

* Quando acha que ainda tem muito o que conversar com ele, muito o que compartilhar, muito o que viver.

- Ah, fulano, mas isso depende do tempo de casado não é?

Pela minha experiência de 21 anos de casado, posso dizer que não, não depende. O tempo passa muito rápido. E o prazer de um bom relacionamento nunca se acaba. Sempre é gostoso um novo dia em que os dois acordam e vão curtir juntos mais algumas horas de vida. É uma experiência agradável e sempre nova, encontrarem-se na hora do almoço ou à noite e contar as novidades do dia. Isso não tem nada a ver com o tempo de casado! O cônjuge cúmplice-sempre terá o que conversar com o outro. Sempre!

* Quando acha apavorante imaginar a vida sem ele.

O motivo é óbvio demais para que eu tenha de comentar. Mas já que devemos aceitar a vontade de Deus, encerro concluindo: aproveite cada dia com o cônjuge ao seu lado e tornando-se cada vez mais cúmplice dele. Se vocês se identificam em vários desses pontos, então podem dizer que são cúmplices um do outro. E por isso estão de parabéns. Sabem por quê? Porque essas coisas dão um sabor especial ao relacionamento. O marido amar a esposa como Cristo amou a Igreja e a esposa ser submissa ao marido como a Igreja é a Cristo - essa é a espinha dorsal de um casamento aprovado por Deus. Efésios 5.22-33. Um casal que obedece esses padrões certamente terá um casamento bem sucedido. Mas pode-se adicionar a isso umas boas pitadas de sal, que dão um sabor todo especial ao relacionamento. Pois esses pontos que compõem a cumplicidade são essas pitadinhas, que temperam o dia a dia do casal.

Indicam um boa amizade, um entrosamento gostoso, uma troca natural de intimidade. É um tempero extremamente agradável a um relacionamento muito intenso e por isso mesmo sujeito a desgastes. A rotina do casal fica mais divertida, mais alegre, mais leve, mais agradável. Tudo isso contribui para o cristão correr para Cristo todo dia e dizer:

Oh, Senhor, obrigado porque tu me destes a(o) fulana(o).

É tão gostoso ser marido (esposa) dela (e)!

Espero que cada um de vocês ache gostoso estar casado com o seu cônjuge.

E uma maneira de alcançar isso, é tornando-se cada vez cúmplice um do outro.

Vamos ser mais cúmplices, SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO, maravilhoso quando lembramos que é

SAGRADO. E que o ESPÍRITO SANTO sempre nos CONDUZA.

Edson e Sueli - Ministério para as Famílias
Grupo de Oração Raio de Luz

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