Usar Piercing qual é o Problema?

Piercings e os cristãos?

Tornou-se comum andar por aí e deparar com adolescentes, jovens e até adultos usando piercings na barriga, umbigo, orelha, nariz, lábios, sobrancelhas, língua e etc. Até nas igrejas não é incomum encontrar adolescentes que acreditam em Cristo que aderiram à moda.

É possível que usem os tais adereços, sem se ter o mínimo de informações a respeito, e com a maior simplicidade de espírito, sem malícia ou maldade, mas isso não tira o perigo que tais modismos representam para a identidade da igreja de Cristo.

Ao contrário do que se pensa a palavra “piercing” não é um neologismo, ou seja, uma palavra nova decorrente de um novo costume, mas é uma velha conhecida Bíblica.

Vem do inglês e tem o sentido de traspassar, perfurar, penetrar. Transcrevo abaixo alguns versículos da Bíblia em inglês, apenas para que se perceba a presença dessa palavra e em que contexto aparecem:

A Bíblia de Scofield em inglês, usa a “authorized version”, uma respeitada versão da Bíblia e, em Lucas 2:35 diz:

“Yea, a sword shall pierce through thy soul also...”

São palavras de Simeão ao segurar o menino Jesus nos braços, quando profetiza a respeito do sofrimento de Maria:

Eis que uma espada também traspassará a tua própria alma.

Ainda em Apocalipse 1:7, a mesma versão diz:

“Behold, he cometh with clouds; and every eye shall him, and they also wich pierced him.”

(Eis que vem com as nuvens e todo olho verá até aqueles que o traspassaram).

Também a New International Version (NVI) usa essa palavra em Apocalipse 1:7, Lucas 2:35 e Zacarias 12:10.

Por que “alguém” usaria uma palavra que se refere ao sofrimento de Cristo para nomear um novo modismo mundial?

Parece-me claro que a resposta é que há um simbolismo, uma filosofia, um misticismo, uma idéia oculta no uso do piercing.

Há uma filosofia satânica que diz: pelo seu sofrimento você se igualará a Cristo, o sofrimento dele não é único, você também pode ser traspassado, entre para a nossa “tribo”.

Assim, mesmo que alguém o use inconscientemente e por simplicidade, não pode negar que seu uso significa uma vontade de ser aceito pela sociedade mundana como um igual a todos, o desejo de atrair atenção para si mesmo, o desejo de seduzir e ser seduzido.

Julgue você mesmo: isso convém aos católicos cristãos?

O piercing na verdade não é algo novo, começou, segundo historiadores, há milhares de anos, quando algumas comunidades e tribos usavam enfeites semelhantes para perfurar o corpo em cerimoniais cheios de misticismo, com significados espirituais, sexuais, e rituais ocultos que incluíam desde pacto de sangue até rituais macabros de sacrifício infantil.

Maria Cecília Bahia, estudiosa do assunto, afirma que:

“A moda do piercing ganhou força com o movimento hippie dos anos 60 e 70, conquistando jovens adeptos à prática do sadomasoquismo, que viram no adorno uma nova forma de exaltar o corpo e as suas zonas erógenas.

Chegou à Inglaterra com o movimento punk e nos Estado Unidos com o movimento gay nos anos 80 e 90, chamando a atenção de todo o planeta com o casamento entre o primitivo e o moderno.” (jornaldapalavra.com.br).

Usava-se para defender uma bandeira, um comportamento, uma opção de vida. Uns defendiam o homossexualismo e viam nas mutilações uma maneira de protestar, outros queriam liberdade sexual, por isso exibiam as zonas sensuais do corpo transpassadas para chamar a atenção para o seu protesto, por isso, perfuravam língua, umbigo, nádegas, boca, coxas e até órgãos genitais. Perceba: isso é mais sério do que se pensa para os princípios cristãos.

Um jovem poderia perguntar: mas qual a diferença entre o brinco que as mulheres usam livremente e o piercing?

A primeira diferença está no caráter permanente do piercing, ele não é posto ocasionalmente, para ser tirado todo dia, ou para ser usado apenas em ocasiões específicas.

A intenção é que ele fique pra sempre, e passe a fazer “parte do corpo”.

E esse caráter permanente o transforma em algo mais do que um simples adorno, torna-se um símbolo. Mas símbolo de quê?

É aí que reside o problema. Uma vez posto, ele estará ali permanentemente como forma de identidade, vinculando a pessoa a um certo grupo social.

O uso do piercing identifica o usuário como adepto da tribo da noite, da liberdade sem limites, da exposição do corpo, da rebeldia, da independência.

Isso representa uma dificuldade para o cristão, o qual não deve amar o mundo (I João 2:5), deve aborrecer o mal e apegar-se ao bem (Romanos 12:9) e não se conformar com esse século (Romanos 12:1), e é advertido a não usar da liberdade para dar ocasião à carne (Gálatas 5:13).

O servo de Abraão colocou um pendente no nariz de Rebeca quando a encontrou para noiva de Isaque (Gênesis 24:47); e o escravo hebreu que não quisesse sair livre por amar o seu senhor e sua família, tinha a orelha furada com uma sovela, como sinal de que o serviria por amor, para sempre (Êxodo 21:6).

Nesses dois casos não era um enfeite provisório, como o brinco, era algo permanente, um símbolo de entrega pessoal a uma causa, representando um pacto, o que é bem mais abrangente e sério do que uma moda passageira. Outro problema é a inexistência de distinção entre os sexos.

O piercing é usado por homens e mulheres indistintamente. Não deveriam ser diferentes?

Certamente que sim. Mas não há diferença. E essa conotação é preocupante, pois é contrária aos padrões estabelecidos pelo Criador, o qual criou homem e mulher.

Diante dessas informações, podemos tecer algumas considerações finais:

Em primeiro lugar, dizemos aos adolescentes e jovens que a verdadeira beleza não está ligada ao adorno externo, conforme ensina I Pedro 3:3-4, mas está vinculado ao quilate espiritual da pessoa, que é de grande valor diante de Deus.

Também afirmamos que um cristão não pode, mesmo que inconscientemente, divulgar a filosofia de Satanás, adotando qualquer modismo, sem averiguar os prós e os contras que tais usos envolvem.

Ainda apelamos para o fato de que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, e que “fostes comprados por preço, agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo (I Coríntios 6:19-20).

Finalmente, esclarecemos que haverá irmãos que pensam de forma diferente acerca desse assunto, provai todas as coisas e retende o que é bom.