quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


HARRY POTTER

Uma polêmica muito grande entre os cristãos é como posicionar-se diante do personagem Harry Potter, que tem fascinado tanto crianças e adolescentes, como adultos. Seria esse herói um bom exemplo ou um perigoso instrumento para a divulgação do esoterismo?

Os defensores de Harry afirmam que se trata apenas de uma inocente historia capaz de expandir a imaginação das crianças, alem de abrir porta para o esquecido mundo da leitura. Já os críticos prevêem um crescimento do interesse pela magia e pela bruxaria, e afirmam que já existe um número crescente de crianças e jovens buscando na internet sites sobre satanismo ou similares.

Quem é Harry Potter

Trata-se do personagem de uma série de livros voltados especialmente para crianças e adolescentes. Ele tem 11 anos, envelhecendo um ano a cada livro e assim ele terá por volta de 17 anos no sétimo livro e último previsto pela autora escocesa Joanne Kathleen Rouling. Harry Potter é órfão de pai e mãe, vive com os tios. Seus pais eram um mago e uma bruxa assassinados pelo perverso Vol Demort. Até a idade de 11 anos vive em um mundo de “Muggles” (gente que não crêem em bruxarias ou que condena como perigosa). Ao descobrir suas origens, entra numa escola de magia e bruxaria (Práticas abominadas por Deus). Assim passa a aprender as artes ocultas e demonstra ser competente. A cada historia é apresentada uma dimensão do envolvimento de Harry Potter com o ocultismo.


O mundo de Harry Potter

O dia a dia de Harry Potter é vivido em função da magia. A sua escola não é um lugar para aprendizagem normal, mas de lições sobre porções de mágicas, como defender-se da magia negra, transformações de coisas... Até as brincadeiras de algo de mágico. Aparece referencias ao natal e a páscoa, porem apresentado somente como festas para uma refeição especial, troca de presentes e seguidas de férias. Jesus Cristo, centro destas festas, não importa na escola de Hogwarts, tudo esta reduzido a costume social. Halloween é a grande festa do ano.

O SIMBOLISMO USADO EM HARRY POTTER

Uma das perigosas armadilhas da historia de Harry Potter está em usar personagens ou palavras com um significado semelhantes ao do cristianismo. Um desses personagens é apresentado como uma pessoa extremamente gentil e generosa. Trata-se do Senhor Nicolas Flame, que está com a idade de 666 anos decide dar a sua vida para salvar a humanidade, em troca da destruição da pedra filosofal. Harry, seus companheiros e, com toda a probabilidade os leitores são levados a admirar o gesto desse homem. Aí está uma maneira sutil de usar de modo duvidoso um dos personagens mais terríveis da bíblia: a besta do apocalipse. Em apocalipse 13,18 lemos: “eis aqui a sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o número da fera porque é o número de um homem, esse número é 666”.

Também é importante a questão do uso do número 11 no desenvolvimento da historia de Harry Potter. Ele começa com Harry e seus dois principais amigos com essa idade. A soma da idade de Harry, Hermione e Rony forma para o ocultismo o nº da trindade satânica 33.

O cofre subterrâneo que guardava a pedra filosofal, antes que ela fosse levada para a escola de Hogwarts, tinha o número 713. Quando são somados do modo dos ocultistas o resultado é 11 (7+1=3=11) este é o número atribuído ao anticristo, conforme lemos em Dn 7,7-8: “Finalmente, como eu contemplasse essas visões noturnas, vi um quarto animal, medonho, pavoroso e de uma força excepcional. Possuía enormes dentes de ferro; devorava, depois triturava e pisava aos pés o que sobrava. Ao contrário dos animais precedentes, ostentava dez chifres. Como estivesse ocupado em observar esses chifres, eis que surgiu entre ele outro chifre menor...”.


Uma das características de Harry é a sua capacidade de falar com serpentes, como o terrível Lord Voldemord, bruxo das trevas. Desde o paraíso, quando foi instrumento para a queda de adão e Eva, a serpente simboliza a satanás: “a serpente o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado...” (Gn 3,1ss). Este pretenso poder de falar com as serpentes é importante para a prática da magia negra. A representação da serpente encontra-se em todos os ritos satânicos.

No primeiro livro assim como no filme, usa-se o termo “transfiguração” (usado no original em inglês) para a magia de mudar um objeto em outro. Nos evangelhos a transfiguração é momento da revelação da divindade de Jesus Cristo, diante de alguns de seus apóstolos no monte Tabor: “seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os a parte a uma alta montanha lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura” (Mt 17, 1 – 2).

No segundo livro da saga de Harry Potter, a autora utiliza a expressão “mão da Glória” para falar de um objeto com forma de mão morta, que tendo uma vela entre os dedos ilumina quem a leva, “o melhor aliado dos ladrões e saqueadores”. Este termo é um dos mais freqüentes na bíblia para dirigir-se a Deus. Dar glória a Ele significa reconhecer sua grandeza e santidade: “Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Salmo 18, 2).

Na escola de magia Harry aprende que a vida eterna depende da posse de uma pedra mágica. Em Harry Potter e a pedra filosofal, J. K. Rowling escreveu (página 190): “o antigo estudo da alquimia preocupava-se da produção da pedra filosofal, uma substância lendária com poderes fantásticos. A pedra pode transformar qualquer metal em ouro puro. Produz também o elixir da vida, que o torna quem o bebe imortal. Falou-se muito da pedra filosofal durante séculos, mas a única que existe pertence ao Senhor Nicolau Flamel, o famoso alquimista e amante da opera. O Senhor Flamel, que comemorou 665 anos de idade no ano passado, leva uma vida tranqüila em Devon, com sua mulher, Perelli (658 anos)”. O ensinamento de Jesus a mulher samaritana foi outro: “... o que beber da água que lhe der jamais terá sede. Mais a água que eu lhe der virá ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna” (João 4,14). Para Marta irmã de Lázaro e Maria, disse: “eu sou a ressurreição e a vida, aquele que crê em mim ainda que esteja morto viverá. E todo aquele que vive e crê em mim jamais morrerá”. (João 11, 25 - 26). As escrituras são claras ao afirmar que somente quem encontra Jesus tem a certeza da vida eterna.


DA LEITURA DE HARRY POTTER

É importante não cair no exagero de afirmar que todos os contos de fantasias de fada, porções e mágicas, etc. são perigosos para a formação das crianças e dos jovens. Como saber quais são inofensivos e separá-los daqueles que tem influência do ocultismo?

O ponto de partida é mostrar claramente que a fantasia faz parte de um mundo irreal. Um exemplo é o livro o Senhor dos anéis. O autor J.R.R. Tolkien consegue levar os leitores a perceber o risco das magias o do esoterismo seus personagens demonstram conhecer os perigos do envolvimento com o mundo oculto Tolkien mostra que os pretensos “poderes sobrenaturais” são um terreno infestado pelos enganos do inimigo, usados para limitar o livre arbitro dos homens. São apresentados como figuras do pecado e da escravidão espiritual.

Harry Potter caminha em uma direção contrária, pois passa a impressão que a magia é necessária para a luta entre o bem e o mal neste mundo. Tem-se a impressão de que a magia é boa e moralmente neutra. No mundo em que vivemos as crianças e os jovens, a magia está associada ao ocultismo e muitas vezes a práticas diabólicas. Verdade e mentira se confundem e tudo passa a ser relativo desde que se alcance o objetivo desejado. Toda a exposição a temas tão controvertidos não provocará a curiosidade de aventurar-se por estes caminhos? Em uma entrevista concessentida a revista norte americana Newsweek, um representante da federação pagã da Inglaterra disse que todos os meses recebem por volta de 100 pedidos de jovens querendo ser bruxos ou magos, e segundo esta fonte o interesse é atribuído a onda Harry Potter.

Em o Senhor dos Anéis, o personagem principal, Frodo Baggins, leva um anel mágico para ser destruído. Em sua caminhada é tentado a usar o anel para fazer o bem, mas não o usa. Frodo vence o mal por meio da coragem pessoal e humildade, passando por muitos sofrimentos. Já Harry vence o tenebroso Voldemort por meio do conhecimento e do poder do esoterismo. O risco da moda Harry Potter é o de apresentar a magia como algo bom, capaz de livrar as pessoas dos perigos da vida e dos inimigos.


Padre Gabriel Amorth, exorcista da diocese de Roma diz: “não existe uma magia boa. A magia branca praticada por Harry Potter e a magia negra... estão ambas nas mãos de satanás”.

Essa onda faz crescer a superstição por meio da procura de magos, astrólogos, cartomantes... Também é digno de nota o crescente número de escolas que festejam o Halloween e não levam em conta as festas cristãs. Quando uma criança ou um jovem lê histórias como Harry Potter, existe o risco de imaginar que a doutrina ocultista e a busca de poderes mágicos é mais atrativa do que viver segundo a mensagem de Cristo e a prática das virtudes cristãs; assim como o risco de o culto a Deus por meio da adoração e oração ser substituída por sortilégios ou invocações dos poderes das trevas.


BÍBLIA, IGREJA E MAGIA

A Sagrada Escritura é clara na condenação à magia. O motivo é muito simples: quem busca este caminho não crê que seja suficiente o poder de Deus. A magia é vista como um tipo de idolatria perigosa, fruto do paganismo.

Não vos dirijais aos espíritos nem os adivinhos; não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 19, 31)

“Se alguém se dirigir aos espíritos ou adivinhos para fornicar com eles, voltarei meu rosto contra esse homem e o cortarei do meio do meu povo” (Levítico 20, 6)

“qualquer homem ou mulher que evocar os espíritos ou fizer adivinhações será morto.” (Levítico 20, 27)

“não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo à adivinhação ou à invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina quem se dão a essas práticas...”.

Também no Novo Testamento as práticas mágicas são condenadas como um obstáculo à verdadeira fé em Deus. Pedro repreendeu severamente Simão, o mago (At 8,9.13.18-24). Para os primeiros cristãos quem se convertia a Jesus rompia sua ligação com a magia: “Muitos também, que tinham exercido artes mágicas, ajuntaram os seus livros e queimaram-nos diante de todos” (At. 19, 19).

Na carta aos Gálatas a superstição está entre os pecados graves que impedem de entrar no Reino de Deus: “...idolatras, superstição, inimizades...os que praticarem não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5,20.21).


O Catecismo da Igreja Católica diz claramente: “Todas as práticas de magia ou de feitiçaria com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes ocultos para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – mesmo que seja para proporcionar a este a saúde – são gravemente contrárias à virtude da religião. Essas práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas de uma intenção de prejudicar a outrem, ou quando recorrem à intervenção dos demônios. O uso de amuletos também é repreensível. O Espiritismo implica frequentemente práticas de adivinhação ou de magia. Por isso a Igreja adverte os fiéis a evitá-lo. O recurso aos assim chamados remédios tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes maléficos nem a exploração da credulidade alheia”. (CIC nº 2117).

Mas lembremos “... tudo me é permitido, mas nem tudo me convém...” acredito serem estas informações principalmente para os cristãos, e para aqueles que dizem ser seguidores de Cristo, por isso peçamos orientação em primeiro ao Espírito Santo, e com certeza saberemos o que fazer diante de tantas ofertas que o mundo nos apresenta, fiquem com DEUS e que o ESPÍRITO SANTO SEMPRE NOS CONDUZA.

 
Edson e Sueli

Ministério para as Famílias – GO Raio de Luz