Aceitar ela como sua esposa.....que maravilha, que benção...
Uma das grandes fontes de conflito dentro do casamento é o pensamento
 de que ao se casarem, todos os problemas que se vivencia na família de 
origem serão dissipados. Acredita-se que quando uma pessoa sai de casa, 
todas as questões relativas ao seu lar de origem, aos conflitos que 
existiam na casa de seus pais, desaparecerão como que um passe de 
mágica.
Infelizmente, o que não se leva em consideração é o fato de que assim
 que o casal voltar da lua de mel, a família vai estar prontinha para 
começar a interferir na vida dos dois, seja direta ou indiretamente. 
Alguns, inclusive, já na lua de mel procuram manter-se informados do que
 anda acontecendo na casa dos pais. Nem mesmo naquele momento conseguem 
se desvencilhar.
Por isso, é importante atentarmos para a realidade de que ao se 
casar, você leva de brinde a família da pessoa com quem está se casando.
 Seja homem ou mulher. Muitos são emocionalmente dependentes da família 
dos pais. Alguns são até mesmo financeiramente dependentes. O problema é
 que quem coloca o dinheiro, também se sente no direito de tomar as 
decisões.
Queremos nesse artigo apresentar algumas 
considerações sobre a fonte de problemas que é o relacionamento com o 
resto da família do cônjuge, tentando apresentar uma maneira melhor de 
lidar com essas relações que vêm como brinde com a relação matrimonial.
Propósito de Deus. “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher” (Gen. 2,24). Esse é o plano de Deus. Quando duas pessoas decidem se casar, 
precisam entender que daquele momento em diante, a prioridade da vida 
deles será a nova família. Prioridade não quer dizer que a única coisa 
que importa será o cônjuge. Significa que a maior importância será dada à
 pessoa a quem escolheu para dividir a vida.
Algumas pessoas se casam, mas não conseguem deixar pai e mãe. E 
alguns pais e mães fazem questão de continuar mantendo essa dependência.
 Há mães cujo propósito maior da vida é ficar com seus filhos. Contudo, 
essas mães não percebem que para seus filhos isso não é uma atitude 
saudável. O que precisa acontecer é deixar que os filhos comecem suas 
vidas sozinhos. Muitos pais começam a fazer chantagem emocional, seja 
por meio de presentes e lembrancinhas, seja por meio de palavras e 
doenças emocionais. Tudo para não perder o vínculo com o filho ou a 
filha. Por favor, se isso for uma realidade em sua família, não deixe 
isso perdurar. Decida agir de maneira diferente. Dê a liberdade que seus
 filhos precisam.
Fontes de Conflito com a Família. Apresento abaixo cinco tópicos chave que causam conflitos na relação familiar entre genro/nora e sogro/sogra:
Em geral, os FERIADOS são
 fontes de muitas brigas e discussões entre a família. No Brasil, o 
feriado mais importante acerca disso é o feriado do Natal. Nessa data, 
as famílias sempre se juntam, e os pais tanto do marido quanto da esposa
 sempre fazem questão de contar com a presença dos dois. Pode haver 
outros feriados importantes também, mas Natal, e em segundo lugar, o Ano
 Novo, sempre são motivos de discórdia.
Outra fonte grande de discussão são as TRADIÇÕES familiares.
 Há famílias que costumam se juntar em alguma data especial do ano, como
 o aniversário da vovó, por exemplo. Nesses eventos há uma grande 
concentração de familiares, com tios, primos, avós, etc. E o casal não 
pode faltar. Outras famílias, costumam visitar os avós uma vez por 
semana. Quando a filha ou o filho se casa, querem incluir essa visita 
também para sua própria vida. Com isso, muitas vezes eles acabam 
aumentando as discussões, pois o que é tradição para uma pessoa não 
necessariamente é importante para a outra. Essas tradições se baseiam em
 emoções arraigadas e nunca devem ser tratadas de qualquer maneira.
Um terceiro aspecto são as EXPECTATIVAS familiares. Quando saem junto
 com os pais, há certas regras implícitas de comportamento, de ação, de 
atitude que são esperadas. Se o novo membro da família não conhece, pode
 passar por várias surpresas. Isso pode implicar em atitudes específicas
 para com os avós, ou em termos de expectativas religiosas, ou coisa 
parecida.
Uma quarta dificuldade que poderíamos incluir nessa lista é a questão dos PADRÕES DE COMPORTAMENTO. Em reuniões familiares, há certo costume de comportamento, de atitude, que podem ser completamente diferentes de outras pessoas. Por essa razão, esses tipos de comportamento podem gerar uma série de mal entendidos. É muito importante para o casal reconhecer e conversar sobre essas expectativas, senão é capaz de a mulher passar vergonha por atitudes que o marido toma, mas que são plenamente aceitáveis dentro do contexto familiar ao qual ele pertence.
E por fim, poderíamos incluir nessa lista o aspecto das CRENÇAS 
RELIGIOSAS. Talvez, o casal pertença a religiões diferentes, ou mesmo 
que sejam da mesma religião, tenham posicionamentos religiosos 
diferentes. Aí, quando as famílias se reúnem, os avós têm a tendência de
 querer ensinar os netos a agirem dessa ou daquela maneira, pois é 
“Jesus fica triste se não fazemos isso”. Percebe-se nesse tipo de 
atitude uma tentativa de se estabelecer o padrão dos pais na casa dos 
filhos. Por favor, se você for parte dos pais, não faça isso. Se essa 
questão for um desrespeito muito grande, fale com seu filho ou sua filha
 em particular, mas não tente resolver as coisas do seu jeito. Isso só 
serve para irritar seu genro ou sua nora.
Dicas para Lidar com os Pais. A primeira e mais importante dica para lidar com essas dificuldades 
em seu casamento é aprender a ouvir interessadamente. Em geral somos 
ótimos para argumentar, mas péssimos para ouvir. Ouvimos apenas o que é 
necessário para que possamos contra-argumentar. Ouvir verdadeiramente é 
prestar atenção não apenas ao que está sendo dito, mas à importância que
 se dá ao que está sendo proferido, e quanta emoção está envolvida 
nisso. Se aprendêssemos a ouvir mais, teríamos mais sucesso na resolução
 de impasses.
Depois, é importante que você saiba negociar. Por exemplo, se o casal
 enfrenta uma crise com respeito ao aspecto de onde passar o natal, 
pode-se chegar a um acordo de passar o natal com uma família e o ano 
novo com a outra, e revezar onde ir em cada feriado desses a cada ano. 
Procurar uma alternativa, cedendo de um lado para ganhar do outro é 
sempre a melhor maneira de resolver o conflito. Mas lembre-se de que 
ambos precisam ceder.
E uma última dica importante para o casal é ter certeza de transmitir
 a mensagem de que amam os pais tanto do marido quanto da esposa. Não 
transforme essas pequenas dificuldades em abismos emocionais, afastando a
 família de seu cônjuge do convívio da sua vida. Lembre-se de que ao 
optar pela pessoa com quem se casou, você levou de brinde toda a família
 dela. Mas agora, você faz parte dessa família. Aja como tal, e seja 
muito feliz em seus relacionamentos.





